Gilberto Gil
Tornou-se assim um “imortal” da ABL, num evento que decorreu no palacete Petit Trianon, no Rio de Janeiro, uma semana após a atriz Fernanda Montenegro, de 92 anos, ter sido eleita, sem concorrência, para a cadeira 17. Além de Gil, concorreram também para a cadeira 20 o poeta Salgado Maranhão e o escritor Ricardo Daun, mas o músico brasileiro venceu com 21 votos. Seguindo o modelo da Academia Francesa, a ABL é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos, apelidados de “imortais”. Além deste quadro composto por brasileiros, existem 20 membros correspondentes estrangeiros. Quando um membro da ABL morre, a cadeira é declarada vaga numa sessão denominada “Saudade”, tendo os interessados em ocupar a vaga dois meses para se candidatarem. A cadeira 20 tem como patrono o médico e jornalista Joaquim Manuel de Macedo e já pertenceu a um dos fundadores da ABL, Salvador de Mendonça.
Paulina Chiziane
Ela nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou Linguística em Maputo, mas não concluiu o curso. Atualmente vive e trabalha na Zambézia. Ficcionista, publicou vários contos na imprensa (Domingo, na «Página Literária», e na revista Tempo). Publicou o seu primeiro romance, Balada de Amor ao Vento, depois da independência (1990), que é também o primeiro romance de uma mulher moçambicana. Ventos do Apocalipse, concluído em 1991, saiu em Maputo em 1995 como edição da autora e foi publicado pela Caminho em 1999. O Sétimo Juramento e Niketche foram publicados em Portugal em 2000 e 2002, respetivamente. Afirma: «Dizem que sou romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance, mas eu afirmo: sou contadora de estórias e não romancista. Escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte.».
Em 2014, foi agraciada pelo Estado português com o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique. Em 2021, recebeu o mais prestigiado galardão das letras lusófonas, o Prémio Camões