Portugal foi a Macau…
A presença portuguesa em Macau começou por ser apenas temporária, e além disso foi inicialmente estabelecida de forma ilegal, visto que os portugueses não tinham permissão das autoridades chinesas para lá permanecer. Os portugueses chegaram a Macau entre 1553 e 1554, sob o pretexto de secar a sua carga, no entanto as autoridades chinesas só em 1557 deram autorização para o estabelecimento oficial e permanente dos portugueses em Macau. Desde que os portugueses assumiram um relativo controlo sobre Macau, a cidade desenvolveu-se como intermediário no comércio entre a China, o Japão e a Europa, numa época em que as autoridades chinesas tinham proibido o comércio direto com o Japão, uma proibição que durou mais de cem anos.
Embora mais reduzida, a influência portuguesa também se fez sentir na gastronomia macaense. É possível que isto se deva ao facto de que as esposas macaenses dos portugueses (ou vice-versa), tentavam recriar comidas portuguesas com os ingredientes locais (principalmente os de origem chinesa), mas também com vários ingredientes de outros locais visitados pelos portugueses na altura dos descobrimentos, como por exemplo Malaca, India e Moçambique. São de destacar pratos como Arroz Gordo, Cabidela de Pato, “Chetnim de Bacalhau” e uma espécie de adaptação de feijoada. É também importante salientar que a massa que é usada por toda a china para fazer crepes, surgiu também com influência dos portugueses, tendo a sua origem na tradicional “massa tenra”.